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Foto do escritorCecilia Saro

Sertão

Atualizado: 11 de abr.

Comecei a Série Breu nos recantos da minha imaginação. Como uma mulher sudestina, que ainda tem tanto para conhecer desse país continental que é o nosso, sempre imaginei demais a vida no sertão. Um dos lugares mais fascinantes e um tanto folclórico dessa imensidão de Brasil. Sua aridez e beleza já foram cenário para muitos filmes, séries e histórias. Histórias essas que, durante muito tempo foram o contato que tive com essa parte do nosso país. Mas isso mudou neste último carnaval, quando tive o prazer de passar uns dias num pedacinho do sertão Alagoano, no povoado da Ilha do Ferro as margens do Rio São Francisco e seus arredores. Para esse nome temos algumas explicações bem interessantes, porém o mais impressionante é a quantidade de artistas e artesãos que lá nasceram e ali vivem. É arrebatador perceber como a arte está no ar, praticamente toda casa tem alguém que faz arte, com madeira, tecido ou o que tiver à mão. Foi inspirador estar ali e ver como a arte é rotineira, assim como cozinhar, comer e dormir. Estivemos na época do carnaval a lua era crescente, a noite quente estava a meia luz, com seus mistérios e barulhos silenciosos. O convite para minha imaginação estava posto, e tratei de fantasiar na minha mente o que havia através do breu, afinal a noite sempre traz mistérios e tudo pode acontecer. Foi natural voltar para casa e revisitar minha Série Breu, que comecei antes mesmo de colocar os pés no sertão. Estava transbordando de vontade de materializar o impacto e traduzir um pouco as emoções que o sertão me provocou.





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